sábado, 30 de abril de 2011

Colo de Mãe

Devo confessar que relutei um bocado antes de começar a escrever este post.
Sempre que minhas emoções estão afloradas, fico ouvindo minha prima Edjane falando ao meu ouvido: "Laninha, cuidado com o que você escreve na internet. Você se expõe demais. Não pode ser tão explicita".
Acho mesmo que ela tem rezão. Mas fazer o quê, se sou mesmo assim: explícita!
Quem me conhece mais de perto sabe de algumas "características"que fazem da minha vida um misto de multidão e solidão. Grandes realizações equilibradas por grandes perdas emocionais. Entre elas, minha Mãe, de quem sinto uma falta enorme agora.
Esta semana na reunião de pauta do espalhaí.com falei com Leo sobre a data do dia das mães e que deveríamos fazer algumas matérias legais, como os homens que são mães e essas novidades nas estruturas familiares. Mas, ele de repente me surpreendeu com uma missão. Escrever sobre o dia das mães do ponto de vista de quem já não a tem.
Doeu na hora. 
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Dia das mães sem mãe.

Na verdade é simples responder ao questionamento dele. Minha mãe se foi em novembro de 2000, em meio aos preparativos do Maceió Fest, quando eu era coordenadora do bloco Caveira. Imagina. Saí da missa de sétimo dia direto para o Aeroporco. Tinha uma festa minha lá.

Acho que só por esse trecho dá pra imaginar um pouco as contradições que pontuam a minha vida. Tem sido assim, quase sempre. Uma alegria, uma tristeza, uma vitória, outra dor. Mas acho que é assim com todo mundo, né? Só que cada um do seu jeito. Com suas próprias dores e roteiros de vida.

Sempre que penso em como é não ter mãe me vem a mente  a seguinte resposta:
A diferença entre ter e não ter Mãe é bem simples. Ter Mãe é não se preocupar em rezar por si mesmo. Esteja você onde estiver e em que situação for, sempre pode ter a certeza de que tem alguém com quem pode contar, em qualquer situação. Ainda que ela não entenda o problema, nem mesmo te acolha do jeito que você queria. Ainda assim, você sabe, se o "bicho"pegar de verdade, se o mundo inteiro se colocar contra você, ela vai tomar a sua frente e será capaz de se entregar pra te proteger. Pelo simples fato de que você não é alguém a quem ela ama, você é um pedaço dela. Não tem como dimensionar isso, não há nada que se compare no mundo.
Então, hoje, quando acordo ou quando vou dormir, preciso parar e rezar, melhor assim, pois há dez anos já não posso contar que alguém reza por mim. Ainda lembro de todas as manhãs ouvir minha mãe levantar, pegar o terço e rezar, por mim, por meu irmão, pelos que foram e pelos que estávam por aqui.

Ainda lembro como se fosse agora, o dia em que ao vê-la sair para o trabalho, senti uma agonia no peito pois não tinha pedido a "benção" antes dela sair. Nunca mais teria chance de fazê-lo. Aquele aperto no peito era um sinal do que aconteceria menos de 24 horas depois.

Hoje sinto uma profunda solidão. Daquelas que infelizmente, bares lotados, amigos próximos, filme ou namorado, não são capazes de suprir. Hoje me sinto só e triste. Uma tristeza que vem lá do fundo da alma e que sinceramente nem sei explicar direito. Só sei que dói de um jeito que mal consigo ver as teclas do computador enquanto escrevo. Minha alma dói.

As vezes a rotina e os desafios parecem que se agigantam diante de nós e é fácil acreditar que não vamos dar conta. O caminho parece turvo, ainda mais com a chuva caindo e não conseguimos enxergar a estrada. 

Sou uma pessoa forte e tenho consciência disso, mas tem dias, como hoje, que tudo o precisava era um colo. 

Colo de Mãe.
Ih! Ficou muito triste né? Mas também tem outra coisa muito característica em mim e quem me conhece também sabe. Choro, mas não por muito tempo. Já desabafei e já estou me sentindo melhor. :D
Olha esse vídeo, vou cuidar de viver minha semana que começa amanhã levando esse aprendizado para prática. Vou experimentar ser IDIOTA!



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